Suspeitos de autorizar o pagamento de cirurgias desnecessárias em policiais, dois médicos militares foram levados para depor na manhã desta quarta-feira (23) no Distrito Federal. Os mandados de condução coercitiva da quarta fase da Operação Mr. Hyde, que também incluem busca e apreensão de computadores e documentos, foram cumpridos no Centro Médico da PM, localizado atrás do quartel-general, na Asa Sul.
A suspeita é de que eles tenham usado o plano de saúde da corporação para os supostos desvios. A PM informou que está dando suporte às investigações.
Um dos médicos levados a depor é o tenente-coronel Marcelo Gonzaga Peres. Ele é diretor de Assistência Médica do Departamento de Saúde e Assistência da corporação. Em setembro, recebeu salário de R$ 21.203. O G1 não conseguiu contato com a defesa dele.
O outro médico que foi depor é o major Marco Antônio Alencar de Almeida. Ele trabalha como fiscal de auditoria de perícia médica. A defesa dele não tinha sido localizada até a publicação desta reportagem. Ele também não foi encontrado por telefone no Hospital Regional do Gama, onde atendia.
Segundo os investigadores, a apuração de hoje tenta buscar informações colhidas na primeira fase da operação Mr. Hyde. Na ocasião, foram encontradas anotações na agenda do médico Juliano Almeida (um dos 17 réus no processo), indicando percentual de 20% para "PM".
O Centro Médico da PM foi inaugurado em dezembro de 2014, com custo de construção de R$ 33 milhões. Ele tem 11 mil m² e presta serviços de cardiologia, clínica médica, oftalmologia, neurologia, entre outros. Ele substitui a antiga Policlínica, inaugurada em 1970.
FONTE: G1